
Cenas de sexo explícito em filmes que não são vendidos como pornôs é algo que quando acontece acaba restringindo o público que na grande maioria das vezes conseguem olhar as cenas de sexo levado em conta o que o enredo pretende, que em muitos casos, e especificamente em Shortbus, trazem histórias que deveriam ser vistas não fosse o horror que o sexo provoca nas cabeças puritanas do século XX!. Cenas de sexo explicito e ainda por cima gay? Renegado aos circuitos fechados de festivais segmentados. Shortbus tem roteiro e direção de John Cameron Mitchell e foi lançado no Brasil na mostra Midnight Movies no Festival do Rio de 2007. Antes de qualquer coisa o filme propõe um questionamento interessante: até que ponto é necessário cenas de sexo explícitos nos filmes, é feito para chamar ou chocar o publico?
Dificilmente chegarei a uma resposta sobre essas questões. Se o espectador tiver a capacidade de assistir ao filme sem se chocar, ou mais especificamente se o espectador após as três primeiras cenas – uma masturbação acrobata (só assistindo para entender), um casal em práticas sadomasoquista e um outro casal transado em todas as posições possíveis – permanecer assistindo vai perceber ao longo da projeção que o sexo em si, o sexo explicito também pode ser belo. Ainda na primeira cena a garota que xinga e bate no parceiro a ponto de excitá-lo e fazer com que ele ejacule, jorrando o sêmen em um quadro abstrato, fixa seu olhar no quadro, na junção entre o esperma e arte abstrata: captamos daí a essência do que Shortbus pretende mostrar: a união do sexo com a arte.
O filme possui dois eixos principais, o casal gay à procura de novas experiências sexuais, em um relacionamento em que o amor está presente, mas que um dos parceiros passa por uma crise de depressão. E acompanhamos a trajetória de uma terapeuta sexual que nunca conseguiu atingir o orgasmo apesar da intensidade da primeira cena dela e do namorado. Os dois eixos se encontram no começo do filme quando o casal a procura na tentativa de discutir sobre a viabilidade das novas experiências sexuais que o casal deseja.

A historia segue com as experiências vividas pelo casal e nas tentativas da terapeuta em alcançar o tal desejado orgasmo. É difícil não se comover com a história da terapeuta, um trabalho bonito da atriz Sook-Yin Lee que se entrega de forma completa fisicamente e consegue passar de uma forma muito singela a insatisfação e tristeza da personagem. Shortbus é o nome do clube onde o sexo é vivido de todas as formas sem nenhum tipo de restrição e onde o desenrolar e o encontro dos personagens acontece.
Neste clube, em determinada cena a parceira sexual de Sofia – a dominatrix que não consegue se envolver em um relacionamento duradouro chega ao orgasmo com um objeto introduzido em Sofia, a parceira alcança facilmente o que ela tanto almeja arduamente e não consegue.
Estas duas trajetórias a do casal gay e da terapeuta contrapõem visões distintas e até opostas. No primeiro caso o sexo é visto como algo pleno, uno, prazeroso, unificador, mas não por isso James interpretado pelo ator Paul Dawson preenche sua tristeza e insatisfação com a vida, já no segundo caso o sexo é incompleto, insatisfatório e por isso também não a preenche. O que me faz refletir na insatisfação humana, na necessidade humana de sempre buscar, de sonhar e de almejar algo que impulsione a vivência da vida.
Shortbus é isso: sexo, muito sexo, em todas as variações, posições, possibilidades. E que mostra que o sexo é bonito, bonito porque é humano e é também sensível e delicado. Este é o grande mérito do filme, mas para enxergar essa beleza é preciso ultrapassar a cenas de sexo sem interjeições do tipo: “que absurdo, “esse filme é uma pouca vergonha”, se quisesse filme pornô iria à internet” e coisas do tipo. Vai ver é um filme para poucos mesmo.
Dificilmente chegarei a uma resposta sobre essas questões. Se o espectador tiver a capacidade de assistir ao filme sem se chocar, ou mais especificamente se o espectador após as três primeiras cenas – uma masturbação acrobata (só assistindo para entender), um casal em práticas sadomasoquista e um outro casal transado em todas as posições possíveis – permanecer assistindo vai perceber ao longo da projeção que o sexo em si, o sexo explicito também pode ser belo. Ainda na primeira cena a garota que xinga e bate no parceiro a ponto de excitá-lo e fazer com que ele ejacule, jorrando o sêmen em um quadro abstrato, fixa seu olhar no quadro, na junção entre o esperma e arte abstrata: captamos daí a essência do que Shortbus pretende mostrar: a união do sexo com a arte.
O filme possui dois eixos principais, o casal gay à procura de novas experiências sexuais, em um relacionamento em que o amor está presente, mas que um dos parceiros passa por uma crise de depressão. E acompanhamos a trajetória de uma terapeuta sexual que nunca conseguiu atingir o orgasmo apesar da intensidade da primeira cena dela e do namorado. Os dois eixos se encontram no começo do filme quando o casal a procura na tentativa de discutir sobre a viabilidade das novas experiências sexuais que o casal deseja.

A historia segue com as experiências vividas pelo casal e nas tentativas da terapeuta em alcançar o tal desejado orgasmo. É difícil não se comover com a história da terapeuta, um trabalho bonito da atriz Sook-Yin Lee que se entrega de forma completa fisicamente e consegue passar de uma forma muito singela a insatisfação e tristeza da personagem. Shortbus é o nome do clube onde o sexo é vivido de todas as formas sem nenhum tipo de restrição e onde o desenrolar e o encontro dos personagens acontece.
Neste clube, em determinada cena a parceira sexual de Sofia – a dominatrix que não consegue se envolver em um relacionamento duradouro chega ao orgasmo com um objeto introduzido em Sofia, a parceira alcança facilmente o que ela tanto almeja arduamente e não consegue.
Estas duas trajetórias a do casal gay e da terapeuta contrapõem visões distintas e até opostas. No primeiro caso o sexo é visto como algo pleno, uno, prazeroso, unificador, mas não por isso James interpretado pelo ator Paul Dawson preenche sua tristeza e insatisfação com a vida, já no segundo caso o sexo é incompleto, insatisfatório e por isso também não a preenche. O que me faz refletir na insatisfação humana, na necessidade humana de sempre buscar, de sonhar e de almejar algo que impulsione a vivência da vida.
Shortbus é isso: sexo, muito sexo, em todas as variações, posições, possibilidades. E que mostra que o sexo é bonito, bonito porque é humano e é também sensível e delicado. Este é o grande mérito do filme, mas para enxergar essa beleza é preciso ultrapassar a cenas de sexo sem interjeições do tipo: “que absurdo, “esse filme é uma pouca vergonha”, se quisesse filme pornô iria à internet” e coisas do tipo. Vai ver é um filme para poucos mesmo.
Puxa!!! Deve ser interessantíssimo este filme!
ResponderExcluirObrigado pela resposta deixada no blog. Concordo plenamente contigo: a sexualidade jamais foi uma escolha!!
Parabéns pelo blog!
Beijo